As duas guerras mundiais trouxeram muito prejuízo ao
movimento olímpico. Além de ter cancelado três edições dos Jogos, provocou ausências de países derrotados nos
conflitos. Mas os danos não pararam por aí. O planeta ficou dividido
em dois. De um lado, os capitalistas, alinhados com os Estados Unidos. Do
outro, os socialistas, liderados pela União Soviética. Essa divisão provocou
boicotes aos Jogos Olimpicos de Moscou-1980 e Los Angeles-1984, que foram os
maiores, mas não os únicos que ocorreram ao longo da história.
Os
primeiros boicotes
Os 1ºs
Jogos Olimpicos afetada por boicotes foi a de Melbourne-1956. Egito, Iraque e
Líbano desistiram de competir por causa dos ataques israelenses ao Canal de
Suez. Já Holanda e Espanha também resolveram ficar de fora, mas a justificativa
foi a invasão soviética à Hungria.
Vinte anos depois, a polêmica aconteceu por causa
da África do Sul, que ficou proibida de participar dos Jogos Olímpicos por 32 anos
como sanção ao apartheid, regime de segregação racial em
vigência na época no país. Em Montreal-1976, um grupo de 32 países, dos quais
24 eram africanos, decidiu não participar do evento em protesto ao fato da
emblemática seleção de rugby da Nova Zelândia, os famosos All Blacks, ter feito
uma excursão em território sul-africano.
Os 32
países queriam que os neozelandeses fossem proibidos de participar dos Jogos
Olímpicos de Montreal-1976 por terem furado o boicote à África do Sul, mas o
COI não aceitou a exigência e eles optaram por ficar de fora da Olimpíada.
Os
boicotes da Guerra Fria
Os Jogos
Olímpicos de Moscou-1980 foram os que sofreram com o maior entre todos os
boicotes da história. Os Estados Unidos lideraram 62 países, todos
capitalistas, que se recusaram a partcipar dos Jogos Olimpicos em protesto à
invasão do Afeganistão pela União Soviética, ocorrida em 1979. O presidente
americano da época, Jimmy Carter, chegou a ameaçar cassar o passaporte de algum
atleta do país que ousasse desafiar o boicote.
Quatro anos depois,
em Los Angeles-1984, foi a vez da União Soviética e o bloco socialista darem o
troco. Ao todo, 14 países ficaram de fora dos Jogos, alegando falta de
segurança para suas delegações nos Estados Unidos. Único país da cortina de
ferro a não acompanhar o boicote foi a Romênia, que tinha uma certa
independência política, e terminou em segundo lugar no quadro geral de
medalhas.
Por fim, em Seul-1988, a Coreia do Norte
quis sediar algumas provas da Olimpíada que aconteceria em seu homônimo
capitalista. Mas a ideia dos socialistas foram recusadas pelos sul-coreanos e
também pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Por isso, os norte-coreanos
decidiram boicotar os Jogos em protesto e foram acompanhados por Cuba,
Nicarágua, Etiópia, Madagascar e Ilhas Seychelles.
A partir de Barcelona-1992 não houve mais
boicotes aos Jogos Olímpicos. Na edição espanhola, inclusive, a África do Sul,
após o fim do apartheid, voltou a ter sua participaçãoa aceita pelo COI. Um ano
antes, a União Soviética chegou ao fim e, a partir de Atlanta-1996, todas as 13
repúblicas que faziam parte dela passaram a competir de forma independente.
Quatro anos antes, elas competiram sob a bandeira olímpica como Comunidade de
Estados Independentes.
Que aqueles anos, entre 1976 e 1988, quando
os boicotes eram habituais, não voltem mais. Que daqui para a frente os Jogos
Olímpicos continuem sendo um símbolo de paz e união entre os povos!
·
Fernando Gavini - 25 de julho de 2020
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