Motivação, dedicação e esforço para que?

 A pandemia nos trouxe muitas mudanças para a maioria dos clubes de rugby no Brasil. Os clubes tiveram de adotar rapidamente novos formatos de treinamentos e contatos entre os atletas e a comissão técnica

No entanto, além da adaptação a logística do home office, a mistura de crise econômica, instabilidade política, conflitos sociais, aliada ao aumento do desemprego, parecem ser uma receita infalível para desmotivar qualquer atleta.

Em um cenário de incertezas, encontrar motivação no trabalho tem sido uma das principais preocupações para líderes e comissão técnica. Afinal, por algum tempo, ainda teremos de lidar com a ameaça iminente do vírus e com o medo da perda de amigos, parentes e colegas. Diante disto, conseguir manter uma equipe engajada e motivada, disposta a enfrentar a crise e vestir a atribuição mesmo durante a pandemia, não é uma tarefa das mais fáceis.

Em seu livro “Por que fazemos o que fazemos?” o filósofo, educador e palestrante Mário Sérgio Cortellacita: “para encontrar motivação em tempos difíceis é preciso aprender a viver a restrição, do mesmo modo que se aprendeu a viver a fartura.  

Não é agradável ter restrição, nunca o é, mas aprender a lidar com isso faz parte da formação da carreira de alguém. Assim como quando sofremos algum percalço na saúde e precisamos aprender a fazer dieta, a nos privar de comer alguns alimentos que nos dão satisfação. É preciso encontrar caminhos e compreender que são períodos. Qualquer sistema de organização é submetido a oscilações”. 

No livro, o professor afirma que a motivação é um movimento interno. “Há uma frase antiga segundo a qual “motivação é uma porta que só abre pelo lado de dentro”. A motivação tem um nível de subjetividade, e isso significa que ela parte do sujeito. É necessário entender que, embora a palavra ‘motivação’ signifique mover, movimentar, fazer com que haja o ponto de partida para algo, ela é um estado interior”.

Para Cortella, a principal causa da atual desmotivação é a ausência de reconhecimento. “Quando o atleta não é objeto de gratidão pelo que faz. Embora o indivíduo saiba que é um atleta, ser só “mais um” atleta é um fardo muito maior. Ser só mais um não significa não ser nada. E que, portanto, o não reconhecimento do valor, do resultado do esforço, da colaboração no projeto coletivo, é absolutamente frustrante”.

Os clubes de rugby, no Brasil, não jogam porque não gera dinheiro, se gerasse, certamente os dirigentes fariam de tudo para ter jogo.



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