"ROMA (1960) - 28/08/21- SÁBADO "UMA HISTÓRIA A SER CONTADA"

 


"Sempre me perguntam: Wlamir, das 4 Olímpiadas que você disputou (56/60/64/68) qual foi aquela que ficou mais marcada em sua vida? Confesso que eu poderia responder que foi a de Tokio (1964), pois além de ser medalhista (bronze), fui o porta bandeira da delegação brasileira.

Mas a de Roma (1960) foi imbatível. Primeiro que a nossa preparação foi toda feita em Lisboa/Portugal. Fomos disputar os Jogos Lusos Brasileiros e por lá ficamos. Jogamos 4 vezes contra a seleção portuguesa em Lisboa, Porto, Aveiro e Coimbra. Rodamos Portugal de ponta a ponta.

A convite do Comitê Olímpico Português ficamos alojados em um quartel da polícia militar de Lisboa. O ginásio de esportes era o nosso quarto. Minha cama ficava debaixo da cesta. Acordava de manhã com ela me olhando. Coisas do amadorismo, hotel nem pensar.

Na hora dos treinos afastávamos as camas para as laterais. Ficamos em Lisboa 1 mês. Dali fomos visitar a cidade de Fátima, quando na volta recebi a notícia do nascimento da minha filha Susi. Meu querido amigo Geraldo José de Almeida (in memoriam) foi quem me deu a notícia.

Ele estava à caminho de Roma e parou em Lisboa. Nessa época ele era locutor esportivo da Rádio Pan-americana e gravou uma fita com a minha esposa Cecilia falando do nascimento da nossa filha. Alguns dias depois voamos para Roma. O início da competição se aproximava.

Fora a emoção pela conquista da medalha de bronze, Roma é fascinante. Eu estava com 23 anos e tudo me emocionava. As ruínas, o coliseu; tudo aquilo me levava a um mundo de sonhos e aventuras. Queria ter uma conversa muito séria com Nero, mas não deu, ele fugiu! "

 

Wlamir Marques


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