"Sempre
me perguntam: Wlamir, das 4 Olímpiadas que você disputou (56/60/64/68) qual foi
aquela que ficou mais marcada em sua vida? Confesso que eu poderia responder
que foi a de Tokio (1964), pois além de ser medalhista (bronze), fui o porta
bandeira da delegação brasileira.
Mas a de Roma (1960) foi imbatível.
Primeiro que a nossa preparação foi toda feita em Lisboa/Portugal. Fomos
disputar os Jogos Lusos Brasileiros e por lá ficamos. Jogamos 4 vezes contra a
seleção portuguesa em Lisboa, Porto, Aveiro e Coimbra. Rodamos Portugal de
ponta a ponta.
A convite do Comitê Olímpico Português
ficamos alojados em um quartel da polícia militar de Lisboa. O ginásio de
esportes era o nosso quarto. Minha cama ficava debaixo da cesta. Acordava de
manhã com ela me olhando. Coisas do amadorismo, hotel nem pensar.
Na hora dos treinos afastávamos as camas
para as laterais. Ficamos em Lisboa 1 mês. Dali fomos visitar a cidade de
Fátima, quando na volta recebi a notícia do nascimento da minha filha Susi. Meu
querido amigo Geraldo José de Almeida (in memoriam) foi quem me deu a notícia.
Ele estava à caminho de Roma e parou em
Lisboa. Nessa época ele era locutor esportivo da Rádio Pan-americana e gravou
uma fita com a minha esposa Cecilia falando do nascimento da nossa filha.
Alguns dias depois voamos para Roma. O início da competição se aproximava.
Fora a emoção pela conquista da medalha
de bronze, Roma é fascinante. Eu estava com 23 anos e tudo me emocionava. As
ruínas, o coliseu; tudo aquilo me levava a um mundo de sonhos e aventuras.
Queria ter uma conversa muito séria com Nero, mas não deu, ele fugiu! "
Wlamir Marques
Comentários
Postar um comentário