SOBRE FAZER ALGO COM AS PRÓPRIAS MÃOS

 SOBRE FAZER ALGO COM AS PRÓPRIAS MÃOS

Certamente, em muitas oportunidades, especialmente ante aquelas que não estão sob nosso controle, mas que ainda assim, nosso querer de realizar um sonho no mundo real é tão grande que ultrapassam a barreira do: esperar que o universo conspire a favor, ou que as pessoas todas concordem em fazer o que há de ser feito e realmente o façam, que tenham um mesmo objetivo e que não meçam esforços para efetivamente realizar o plano e atingir a meta.

Bem, a vontade pode pertencer ao homem natural, mas lembremo-nos do ser social, que adere ao contrato e respeita o Leviatã. É preciso adequar-se ao meio, cumprir regras para ter direitos e ainda assim, demasiadas vezes, um demiurgo (visto aqui como um ser que produz, que organiza, que cria a partir da existência) precisa arregaçar as mangas e humildemente trabalhar!

Uma pandemia, onde o controle ainda parece distante, nos devasta, nos consterna e em meio a tanta dor e sofrimento, feliz daquele que consegue seu escudo de proteção, mais feliz ainda, o que, em segurança, pode seguir trabalhando no ofício que mais ama.

Seria um privilégio? Sorte? Pecado? Seguimos vivos, mas não anestesiados nem alheios as dores do mundo, ao contrário, de todas as formas tentamos fazer algo no intuito de amenizar tantas perdas, tanta dor.

Foi assim que aconteceu o Circuito de Rugby do Centro-oeste e Campeonato Aberto de Rugby 7’s, 10-a-side e Clínica de XV Feminino durante o caos paralisante do COVID-19.

Vivendo os Princípios do Rugby, inarredáveis, respaldados pela Lei Pátria, autorizados, formalmente, pelo Estado, pelo Município, respeitando as regras de volta ao jogo esculpidas pela World Rugby, cumprindo, de forma rígida, todos as condições estabelecidas pela vigilância sanitária, pela OMS, seguindo todos os protocolos de segurança, criamos a “bolha sanitária” (essa mesma que estão adotando em outras competições mundo afora e também no Brasil), jogamos Rugby e promovemos uma pausa para muitos que estão a beira da falência e esgotamento mental.

Foi um final de semana em que celebramos o Rugby, ainda que sem realizar o famoso e animado TT do Centro-oeste, em respeito aos feridos, tanto física, quanto emocionalmente, pela pandemia, mas, com a máxima segurança que foi possível prover.

Fizemos com “nossas próprias mãos”, mãos calejadas do esforço diuturno, onde fortalecemos não somente braços, pernas e core, mas a cabeça, a alma e o coração! Embarcamos numa viagem, cujo destino é o Rugby!

Vale dizer, não fizemos “justiça com as próprias mãos”, a exemplo do que fazia o lendário “Robin Hood”, agimos dentro dos parâmetros legítimos, sem lesar, sem inferiorizar, sem prejudicar e sem passar por cima de ninguém e o resultado desse final de semana rugbier mágico foi: Vitória absoluta, de forma invicta, do Rugby e derrota do COVID, Gratidão a todos, pois não conseguiríamos sem o empenho, a participação e o bom senso de todos, especialmente as equipes que vieram de longe, comprometidas com essa guerra, apresentando seus testes e atestados médicos e respeitando todos os protocolos de higiene e segurança.

Á todos: muito obrigada!

“Com as pedras, aqui, não construímos castelos, construímos pontes!”
Certos de que o Rugby não pode parar, seguimos,

💜
Ass.: Melina Rugby Clube



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