Só comecei falar disso hoje, porque 4 atletas me procuraram para falar sobre o assunto. Saudades dos sábados, sair de casa e assistir um jogo, encontrar os amigos, beber, gritar e se divertir.
"A porcentagem de casos em atletas é bem maior do que a média global. No Brasil, um dos países com mais casos de depressão, 6% da população sofrem com a doença. A estimativa da Organização Mundial da Saúde é que, até 2020, ela seja a mais incapacitante do mundo.
A depressão é uma das
doenças mentais mais comuns a nível mundial – a OMS estima que 322 milhões de
pessoas tenham sofrido desta perturbação em 2015, correspondendo a um aumento
de 18,4% durante a última década. Os principais sintomas da depressão incluem
tristeza, choro fácil, retirada e evitamento do contacto social e das
atividades habituais, alterações de apetite e de peso, fadiga e falta de
concentração.
Apesar de ser um tema
frequentemente abordado e direcionado para a população em geral, começa a haver
um crescente interesse nas questões relativas à saúde mental no desporto de alto rendimento.
Cada vez mais a excelência é
requisito essencial na formação do atleta – o nível de competitividade está em
constante crescimento o que leva a um elevado desgaste quer físico, quer
mental.
Os atletas de alto
rendimento estão em risco de vir a sofrer de depressão dado, não só a elevada
pressão, mas também às expectativas (quer individuais, quer da equipa),
mudanças de clube, lesões, ficar no banco – estes momentos críticos podem
desafiar a auto-estima e sentido de competência do atleta, contribuindo para o
aparecimento dos sintomas acima referidos.
É igualmente importante
referir que muitos atletas passam anos a preparar-se para uma única
oportunidade (uma ida aos Jogos Olímpicos, por exemplo) – a preparação intensa,
o treino diário e a adaptação do quotidiano para ir de encontro às necessidades
que o desporto de alto rendimento impõe passam a dominar a vida do atleta. Após
esse evento específico, um atleta pode ter dificuldade em reintegrar-se numa
rotina que não se foque exclusivamente no desporto e ficar deprimido se não
estiver preparado para esta transição.
Vistos pela sociedade como
física e mentalmente aptos, os atletas representam o pilar da saúde e bem-estar
– estas projeções e expectativas neles depositadas tornam mais difícil a
procura de ajuda. Assim sendo, familiarizar e psicoeducar treinadores, atletas
e todo o staff acerca desta problemática poderá ser um ponto
de partida essencial para identificar atletas que estejam a debater-se com
sintomas depressivos. É igualmente importante olhar para o atleta como pessoa
antes de ser atleta, e trabalhar no sentido de eliminar os estigmas associados
à doença mental, encorajando positivamente os atletas a assumirem os sintomas e
procurarem o apoio necessário."
Magazine Luiza (Magalu)
https://www.parceiromagalu.com.br/magazinemarciodu
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